Quem eu sou?



Lis Wey é o fantasma que mora em mim há mais de 20 anos, vivendo em um lugar parecido com uma estante. É a bibliotecária que derruba os livros e faz as palavras dominarem meu cérebro, ora aleatória, ora ordenadamente. Este fantasma sem rosto cria personagens, seus humores e instabilidades, e os representa, molda histórias, repete cenas, observa fatos e transforma em casos – ou caos, algumas vezes. Lis pretende muito mais do que pode: ela quer passar uma mensagem que vai além do que é dito.

Florbela Espanca, em seu poema "O Espectro", assim nos conta sobre seu próprio eu:
"Anda um triste fantasma atrás de mim
Segue-me os passos sempre! Aonde eu for,
Lá vai comigo... E é sempre, sempre assim
Como um fiel cão seguindo o seu senhor."

Há fantasia e movimento por trás de cada frase que ouço nas ruas. Tudo pode se transformar em uma grande história de amor ou uma grande viagem distópica-utópica. 

Revisões, esquemas, tabelas, quadros, anotações, cadernos, rabiscos e desenhos ou qualquer coisa que ajude a tirar as ideias da cabeça e coloca-las no papel são apenas parte do caos real que tenta organizar as sinapses enlouquecidas de uma cabeça atormentada. 

Enfrentando uma alternância insandescida de humores, Lis me salvou mais de uma vez. Percebi que ela sempre esteve lá – e que, na verdade, eu não a ouvia. Assim, aprendi a controlar as crises de choro viajando para um dos diversos universos que ela abre para mim. 

Perdendo-me na loucura dos livros, encontro-me na insana realidade da minha própria mente.





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