A importância do primeiro nome

Muitas vezes, quando escrevo uma história, deixo de lado o primeiro nome dos personagens. Isso tem um motivo.Aliás, tem mais de um. 

O trivial é que eu tenho extrema dificuldade em "pensar" nomes. Não consigo ligar nomes à ação - um personagem malvado é sempre A, o bonzinho é B, a moça sensual é C, a moça pudica é D. Não consigo. É quase um bloqueio.

Imagem retirada do site www.diariodepernambuco.com.br


Não obstante, os nomes têm uma grande importância para mim. São o registro da individualidade da pessoa  e carregam o respeito ao próprio eu de cada um. Chamar alguém pelo nome é um ato de intimidade (muito mais notório no Oriente do que no Ocidente, muito mais relevante no passado do que no presente - e a rima foi sem querer).

Quando eu deixo de dar nome ao personagem, assim como acontece nas crônicas em geral, eu quero generalizar a pessoa, criar o estereótipo.

No próximo livro - "A Casa das Senhoras Distintas" - haverá mais de um personagem com esta característica. Serão chamados apenas por seus honoríficos. Estes personagens, nem sempre secundários, serão lineares e rasos, um escárnio dos meus próprios preconceitos. 

A cabeça do escritor é uma grande sala cheia de portas, atrás das quais podem estar jardins floridos, uma ilha deserta, um misterioso buraco negro ou apenas ideias jogadas em prateleiras bagunçadas. São mundos que originam histórias.

O mais interessante, todavia, quando lemos os escritos de outrem, é buscarmos nosso próprio entendimento, com base em nossas próprias vivências e nossas crenças.

Seja Machado ou Coelho, todos abrem pelo menos uma daquelas portas para que o leitor visite e viva suas próprias sensações.




PS. Se tiver ideia de nomes para personagens, mande pra mim! ---> lis.wey@mail.com

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