"Rendendo-se por uma solteirona" e a história da dona da Casa das Senhoras Distintas

Muita gente não sabe ainda, mas o livro "A Casa das Senhoras Distintas" nasceu depois do conto "Marcelle", incluído na coletânea "Rendendo-se por uma solteirona", organizada pela querida Aline Damasceno e publicada pela Editora Portal, também no selo Reino, o mesmo da Casa.

Marcelle era a filha mais velha de um abastado duque viúvo e cuidou dos seis irmãos desde muito jovem. Certo dia, quando voltava de um dos tantos bailes que ia, sentiu a pressão de ser uma mulher na sociedade londrina do século XIX. O sentimento dela é descrito na parte "A Casa" do livro homônimo.

A verdade, mesmo mesmo mesmo, é que ainda sentimos essa pressão, seja nos tantos julgamentos que sofremos (roupa, modo de falar, profissão, escolhas...).

Marcelle não ficou quieta. Pensando em criar uma realidade diferente, inventou um lugar de liberdade. Ainda assim, ela era a filha solteirona de um duque viúvo - que fez de tudo para casá-la. O que aconteceu, se ela foi ou não feliz com o marido que lhe arrumaram, só lendo o conto em "Rendendo-se por uma solteirona" para saber.

Na série de pequenas histórias de "A Casa das Senhoras Distintas", usei livros clássicos de referência e com "Marcelle" não foi diferente. Neste pequeno romance, eu usei o "Kama Sutra" de inspiração e isso levou muitos leitores a acreditarem que haveria muitas cenas quentes.

Depois de prometeres a mais profunda devoção,

Querer, infiel, que mudemos nossa combinação;

Só tu cativas meu espírito e meu coração

Que em teus braços eu possa saborear a satisfação.

Gostaria, mas em vão, que meu coração delirante,

Adormecesse no lugar que este papel não ousa dizer onde.

Com cuidado, desses versos lê suas primeiras palavras,

Terás, então, o remédio para todos os seus males.

(Vatsyayana)

O "Kama Sutra", na verdade, é o "Livro do Amor" e foi isso que procurei escrever: histórias de amor.

Marcelle, Claire, Juliette... todas elas vivem, através das minhas palavras, um grande amor.