Livro do mês e as estações do ano
Quando comecei a escrever "A Herdeira do Título", o fiz sem pensar muito no clima europeu, e isso é muito comum para quem está em processo de catarse - esquecer os detalhes. Mas o trabalho de escritor precisa envolver pesquisa - principalmente quando falamos de romances de época. Por mais que não queiramos abordar a História (com H maiúsculo mesmo), há uma influência sobre o que escrevemos, seja para enriquecer seja para ajudar os personagens a realmente "nascerem".
Depois, na hora da revisão, eu sempre preciso conferir e adequar meses, passagens de tempo, estações do ano...
Neste momento, caí num problema com "A Herdeira do Título"...
O marquês, pai de Christine, passava por dificuldades com suas plantações. Isso não seria difícil de acontecer. É só pensar que tudo era longe e demorado, não havia telefone, celular nem muito menos a internet com seus Googles e Wikipedias.
De toda forma, eu precisava de alguma coisa que enriquecesse ainda mais os Marshalls.
Sim, eu fui salva pelo Google e pela Wikipédia: 1816 foi o ano sem verão na Europa (leia aqui).
Acredita-se que uma série de erupções vulcânicas na Indonésia (1815) fizeram as plantações do norte da Europa, boa parte dos EUA e Canadá sofrerem. Além desta, mais marcante, outras em São Vicente, no Japão e nas Filipinas (entre 1812 e 1814) também afetaram consideravelmente o clima ao norte do Equador nesta época.
Cheguei a ser questionada quanto ao frio em julho e tive que explicar que foi uma experiência climática de 1816.
Muitos não sobreviveram à crise e, com isso, os bancos que emprestavam dinheiro foram enriquecendo ainda mais.
Nesta mesma época (1811), o Primeiro Banco dos Estados Unidos encerrava suas atividades depois de um prazo de 20 anos de funcionamento não renovado pelo Congresso Americano. De acordo com o livro, os irmãos Jonas e Simon foram para a América em 1814/1815, quando os Estados Unidos ainda se organizavam e pensavam na criação do Segundo Banco dos Estados Unidos.
Pois é... A realidade influencia nas histórias, mesmo que os personagens que eu trace estejam longe dos reais.
Namastê, pessoal!
