"Mulheres na História" - Lucretia
Baixei um livro na Gutenberg.org (Women of History) que traz uma série de minibiografias de grandes mulheres da História, escrita por diversos autores.
A obra foi publicada em 2012, mas é disponibilizada legal e gratuitamente pelo site que mencionei acima.
Vou dar uma resumida nas bios que eu ler, já que o livro é em inglês e nem todo mundo consegue.
Hoje, vou falar de Lucrécia, uma dama que viveu em Roma de 500 A.C., na minibioescrita por Bayle (a tradução é minha e feita enquanto leio - logo, deve ter alguns erros).
Foi uma dama romana, ilustre por sua beleza e nobreza de nascimento, e mais ainda por suas virtudes. Casou com Collatinus, parente de Tarquin, rei de Roma. Sua trágica história ocorreu da seguinte forma.
Os príncipes Sextus e seus dois irmãos, assim como Collatinus, durante um desjejum, discutiram sobre suas esposas. Cada um garantiu que a esposa era mais honesta que a dos companheiros e a disputa foi se acirrando até que Collatinus sugeriu uma maneira de encerrá-la.
- Para que usar tantas palavras quando podemos, em um pouco tempo, provar a superioridade de minha Lucrécia? Vamos montar em nossos cavalos para surpreender nossas esposas e a decisão para esta nossa questão será resolvida já que elas não estarão preparadas para nos receber.
Excitados pelo vinho, os príncipes aceitaram e partiram para Roma em seus cavalos o mais rápido que puderam.
Encontraram as noras de Tarquin sentadas à mesa com seus amigos em um momento de diversão.
Então, foram até a casa de Collatinus e, como era tarde da noite, acharam Lucrécia dentre os criados, bordando. Concordaram que ela havia vencido e retornaram para o campo.
Sextus voltou para a casa de Collatinus e foi recebido por Lucrécia com atenção e civilidade devidas ao filho mais velho do rei, sem desconfiar que ele tinha outros propósitos que não honestos.
Ele foi encaminhado para um quarto, mas quando percebeu que todos haviam seguido para suas camas, ele escapou e entrou no quarto de Lucrécia dizendo que a mataria se ela fizesse qualquer barulho. Lucrécia resistiu e demonstrou não ter medo de morrer, mas ele disse que mataria a ela e a um escravo, colocaria os corpos na cama dela e faria todos acreditarem que os matara por conta do adultério. Tendo conseguido o que queria, se retirou orgulhosos de seu triunfo como se tivesse sido um cavalheiro.
Desesperada, Lucrécia enviou uma mensagem para o pai, prefeito de Roma, e para o marido, suplicando para que voltassem imediatamente. Assim fizeram. Ela contou o que acontecera e pediu que vingassem seu erro. Eles prometeram que atenderiam seu desejo e tentaram consolá-la, mas Lucrécia sentia-se desonrada e, sacando uma adaga, firmou em seu coração.
Brutus, que estava presente, usou este pretexto para iniciar a revolução que livrou Roma da tirania de Tarquin e, assim, conseguiu abolir a monarquia.
Ao longo da História, são muitas as narrativas sofridas da vida de grandes mulheres. A maioria das mulheres lembradas são retratadas com grande dor - é através da sua dor que foram transformando o rumo dos acontecimentos.
Lucrécia foi alvo da inveja e da cobiça, surgida a partir de uma competição entre o marido com alguns homens. Logicamente, o vilão é Sextus - única e tão somente - eis que sua atitude não encontra justificativa em nada do ocorrido.
Na imagem abaixo, a obra "O suicídio de Lucrécia", pintura em madeira de 1528, por Jörg Breu.
Este livro também traz mulheres que realizaram grandes feitos. Chegaremos na biografia delas.
Fiquem bem!


