Diário da Lis
Escrever é uma peça em dois atos. Foi algo assim que Stephen King escreveu em seu livro Sobre a escrita, uma narrativa autobiográfica sobre os processos pelos quais passou o grande mestre em sua jornada.
O primeiro passo, solitário, aquele das portas fechadas, é quando nossa cabeça liberta-se da história.
O segundo passo, das portas abertas, é quando precisamos imaginar e lapidar para os ouvidos dos leitores.
Isso foi o que entendi.
Em época de quarentena, dificilmente o primeiro passo está funcionando por aqui, mesmo porque a maternidade abre todas as portas - para os filhos.
Vou explicar...
Descobri recentemente, com todo o orgulho de uma mãe de dois, que meus filhos costumam parar do meu lado e ler o que estou digitando enquanto esperam eu dar atenção aos seus pleitos e questões.
Se eu fiquei tensa?
Claro que sim. Eu sei, eu sei... Já contei isso aqui antes. Mas a quarentena reforçou muito essa questão.
Anteontem, meu filho perguntou o que é fervorosamente. Senti até calafrios... Quis saber onde ele leu. No seu computador, foi a resposta. Dei um gaguejada, mas consegui explicar didaticamente sem causar constrangimentos. Fui sincera, mas básica. Quer dizer com animação. 😇
Quando ele saiu de perto, fiquei pensando o que escrevi depois de fervorosamente, antevendo as respostas para usar na hipótese desesperadora de ele ter lido o resto.
Preciso de uma tecla de pânico no computador...
E segue o baile!