Literatura Jesuítica I - José de Anchieta


 Em 1549, a frota de Tomé de Souza trouxe as missões jesuíticas com o objetivo de instalar colégios da Companhia no Rio de Janeiro, Bahia e Pará, onde desenvolveriam um ensino e uma atividade literária de cunho medievalizante.

Apenas a poesia e o teatro ostentam facetas estéticas. Em geral, os temas eram Historiografia, Sociografia, Etnografia, Linguística etc.

 

José de Anchieta

Um dos nomes do período é José de Anchieta, formado em Filosofia, que ingressou na Companhia de Jesus com 17 anos. Em 1555, acompanhou a missão jesuítica ao Brasil e envolveu-se ativamente no ensino.

Mesmo com a saúde fraca, viu publicada a Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil. Morrendo jovem, deixou vasta produção, muitas poesias religiosas recheadas de emoção. Em algumas composições, lança mão de metros populares para atingir os fiéis por meio da memória em ritmos cantantes. Por outro lado, o ritmo supõe um contato permanente com o romanceiro ibérico ou ao menos com a Gil Vicente.

A análise de sua obra leva à dedução ainda de que se tratava de um homem apegado ainda à Idade Média - uma fé inabalável e intocada pelo Renascimento. Não obstante, parecem anunciar o Barroco.

Um trecho de Arte da Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil.

Da Composição dos Nomes.

Os nomes substantivos se compõem com adjectivos, precedendo sempre os substantivos, e se tem accento na ultima, íição inteiros, ut mbaecatú, mbaeaiba, nliungatú, nliumaíba.

Se tem accento na penúltim e encontrarão com vogal, perdem a ultima vogal, ut tuba, etê, tubetê, pai verdadeiro.

Se encontrarão consoante, perdem toda a ultima syllaba, ut tuba, catú, tacatu.

Se a consoante seguinte é t, vel c com zeura dos que se mudão em r, sempre se perde o ç; fica como que encontrasse com vogal, ut tuba, cetâ, tiétâ; aba, cetâ, abaeta.

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