Prosa
Genericamente entendida como oposta ao verso, a prosa apresenta dois tipos básicos: a narrativa (História, ficção) e a demonstrativa (Oratória e didática). Outra sistematização a divide em cinco:
1 - narrativa - ficção
2 - argumentativa - tratados em geral
3 - dramática - teatro
4 - informativa - livros escolares ou científicos, enciclopédias, relatórios
5 - contemplativa - ensaios, livros de meditação religiosa, especulação política e alguns livros de linguagem descritiva
A dificuldade está no confronto prosa-poesia. A prosa de ficção iniciou, a grosso modo, durante a Idade Média, eis que na Antiguidade clássica apenas encontramos obras isoladas. A poesia, todavia, é cultivada desde os primórdios da atividade literária. A novela, reconhecida sua raiz na cultura greco-latina, surgiu como ramificação das canções de gesta. O romance já data do século XVIII. O conto, apesar das Mil e uma noites, desenvolveu-se nos fins dos séculos medievais e início da Renascença.
Enquanto o verso não é condição sine qua non da poesia, a linha contínua não assinala a presença da prosa de ficção. O sujeito - o eu do prosador - dobra-se para fora de si, buscando núcleos de interesse no exterior. A perspectiva ainda é do eu, mas com olhar sobre o exterior.
A metáfora ainda preside a linguagem da prosa, mas as suas cargas semânticas se oferecem de modo indireto e mediato - quando a obra chega ao epílogo. À primeira vista, denotativa. Depois, conotativa, ao contrário da poesia eminentemente conotativa.
A cadência obedece a estruturas sintáticas e lógicas, que exprimem antes a harmonia do pensamento que a da emoção, antes a fidelidade do pormenor que a sugestão de musicalidade.
