Arcadismo
A partir do último quartel do século XVII, verificou-se nas literaturas europeias uma generalizada e forte reação anti-barroca. [...] Verifica-se assim uma crescente difusão e aceitação da doutrina do classicismo francês, primeiro de modo disperso, depois sob a forma de correntes arcádicas ou neoclássicas.
(Vitor Manuel de Aguiar e Silva, Teoria da literatura)
O Arcadismo, Setecentismo ou Neoclassicismo é um período marcado pelas tonalidades burguesas. Vive-se o Iluminismo que abre caminho para a Revolução Francesa. O Arcadismo tem espírito nitidamente reformista.
Segundo Alfredo Bosi, importa distinguir dois momentos ideais na literatura:]
(a) o momento poético que nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem - tradição clássica, formas bem definidas
(b) o momento ideológico, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.
É fato bem conhecido que o desenvolvimento da arte cortesã, desde o fim da Renascença, chegara no século XVIII a um ponto morto e fora superado pelo subjetivismo burguês, que, de uma maneira geral, domina ainda hoje a nossa concepção de arte.
(Arnold Hause, História Social da literatura e da arte)
Deve-se destacar que, mesmo enquanto critica a nobreza e seus privilégios, a burguesia reluta em promover e distribuir seus próprios privilégios com as classes menos favorecidas.
O despotismo esclarecido manifesta-se, em Portugal, durante o governo de D. José I (1750-1777), mormente na figura do Marquês de Pombal, que realizou profunda reforma no ensino e expulsou a Companhia de Jesus de Portugal e das colônias.
Recomenda-se a leitura do livro Literatura brasileira das origens aos nossos dias, de José de Nicola, de onde retirei estas informações.