Manuel Botelho de Oliveira


 Nascido em Salvador no ano de 1636, estudou Direito em Coimbra e também se dedicou ao estudo de latim, espanhol e italiano. De volta à Bahia, dedicou-se à política e à advocacia. Em 1705, publicou Música do Parnaso, produção poética e teatral.
O título completo da obra é Música do Parnaso, dividida em quatro coros de rimas, portuguesas, castelhanas, italianas e latinas, com seu descante cômico reduzido em duas comédias. 

Rosa e Anarda
Soneto XX

Rosa da fermosura, Anarda bela
Igualmente se ostenta como a rosa;
Anarda mais que as flores é fermosa,
Mais fermosa que as flores brilha aquela.

A rosa com espinhos se desvela, 
Arma-se Anarda espinhos de impiedosa;
Na fronte Anarda tem púrpura airosa,
A rosa é dos jardins purpúrea estrela.

Brota o carmim da rosa doce alento,
Respira o olor de Anarda o carmim breve,
Ambas dos olhos são contentamento:

Mas esta diferença Anarda teve:
Que a rosa deve ao sol seu luzimento,
O sol seu luzimento a Anarda deve.

Manuel levou às últimas consequências os modismos estilísticos peculiares do Barroco. Profusamente metafóricas, suas composição documentam um versejador mais interessado na exuberância gongórica das imagens do que na agudeza conceptista dos raciocínios.
Nem tudo em Manuel segue dessa forma. Há redondilhas que traduzem uma gravidade tal rumo ao Conceptismo.
Manuel Botelho de Oliveira exemplifica os abusos a que chegou o Barroco no Seiscentismo.

Leia mais em A Literatura Brasileira Através dos Textos, de Massaud Moisés.

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